Pesquisas mostram que população sofre com a crise, mas apoia quarentena
sofrendo as consequências da grave crise econômica provocada pelo afastamento social, como única forma existente para reduzir o número de mortes causadas pela pandemia do covid-19, a esmagadora maioria da população brasileira apoia as medidas de quarentena e até defende a adoção de medidas punitivas para quem desrespeitar as determinações das autoridades sanitárias, ao passo que também reconhecem o impacto econômico provocado pela crise. É o que revelam duas pesquisas: uma do instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta segunda-feira (21), sobre o aspecto econômico, e outra do Datafolha, publicada também nesta segunda-feira pelo jornal Folha de São Paulo, sobre o apoio da população ao isolamento social.
Com mais de 40 mil casos de Covid-19 e 2,5 mil mortes registradas até esta segunda-feira, e apesar dos prejuízos econômicos, quase 80% da população é favorável a medidas punitivas para quem descumprir o isolamento social, segundo a pesquisa do Datafolha. Apenas 18% acham que o governo não deve controlar a circulação de pessoas. A nova pesquisa mostra também que a adesão ao isolamento permanece estável em relação ao último levantamento do Datafolha, no início de abril, quando 4% dos entrevistados disseram que mantinham a rotina de antes da pandemia. Já o número de pessoas que ainda saem apenas para trabalhar aumentou de 24% para 26%.
O Datafolha ouviu 1.606 pessoas na última sexta-feira (17) pelo telefone, respeitando as medidas de isolamento social. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos. Entre as que defendem algum tipo de punição, 33% foram favoráveis a multas e 43% defenderam advertências verbais.
Na outra pesquisa divulgada nesta segunda-feira (20) pelo Instituto Paraná Pesquisa, para saber sobre o impacto financeiro provocado pela crise do coronavírus, 81,9% da população responderam que impactou sim, e apenas 16,2% disseram que não. Para 33%, impactou muito e para 29,4%, o impacto foi pouco. E 19,5% disseram que o impacto foi o normal de uma crise. Ainda de acordo com o levantamento, o impacto financeiro foi maior entre o público de 25 anos a 44 anos: acima de 85%.
O instituto apurou também como as pessoas vêm reagindo psicologicamente durante este período de isolamento. Do total, 39,3% disseram sentir crises de ansiedade, depressão ou outro problema psicológico. Já 57,1% responderam que não.
A pesquisa foi feita entre 13 e 16 de abril com 2.218 pessoas, através de questionários online. O grau de confiança é de 95% ara uma margem estimada de erro de 2% para os resultados gerais.
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