Prisão de mulher deixa Queiroz descontrolado
A decretação da prisão de Fabrício Queiroz não é a maior preocupação do clã Bolsonaro. Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Queiroz, cuja prisão também foi decretada pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27a Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, esta sim, mexeria muito mais com o sono de Jair e Flávio Bolsonaro. Márcia não foi encontrada pela Polícia nesta manhã (18) e é considerada foragida.
Nas entrelinhas de entrevistas e depoimentos, Fabrício Queiroz sempre deixou claro para a família do presidente que estaria disposto a assumir quaisquer acusações que lhe fossem imputadas pelo Ministério Público desde que sua família não sofresse consequências nos processos. Ou seja, essa era a condição de não contar nada que comprometesse o clã Bolsonaro.
Na exposição de razões para decretar a prisão preventiva de Márcia, o juiz Flávio Itabaiana cita mensagens dela colhidas pelo Ministério Público do Rio. Nas mensagens, a mulher de Queiroz chegou a comprará-lo a um bandido "que tá preso dando ordens aqui fora, resolvendo tudo".
Daí, o magistrado ter avaliado também que se Queiroz e Márcia continuassem soltos, eles poderiam ameaçar testemunhas. E ressaltou a impossibilidade de ouvir testemunhas, como Danielle Nóbrega, ex-mulher do ex-capitão do Bope, Adriano Nóbrega - morto pela polícia na Bahia em fevereiro deste ano, e com possível envolvimento na morte de Marielle Franco. Danielle, que também constou como nomeada no gabinete de Flávio Bolsonaro por 10 anos, até novembro de 2018 -, deixou de ser ouvida no processo por orientação de Queiroz.
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