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As 'caminhadas' suspeitas de Crivella, segundo o MP-RJ


Marcelo Crivella e Rafael Alves, operador do "QG da Propina": caminhadas no Condomínio Península (Reprodução)

Entre as razões apontadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para acusar o prefeito do Rio de Janeiro de ser o líder no esquema do "QG da Propina" está o "elevado grau de intimidade" entre Marcelo Crivella, a quem definem como uma pessoa "normalmente reservada", e o empresário Rafael Alves, apontado como operador da "organização criminosa". No trecho da denúncia com mais de 20 tópicos, os promotores destacam que quando tratava com Alves, que tinha até sala na prefeitura sem nunca ter sido nomeado em cargo, Crivella tinha postura totalmente contrária. Isso é comprovado pela presença do prefeito nas festas de aniversário da filha do empresário, nas caminhadas matinais no Condomínio Península, nas reuniões em sua casa antes e depois do horário de expediente e nas centenas de reuniões na sede da Prefeitura, na Cidade Nova, e no Palácio da Cidade, em Botafogo - tudo fora da agenda oficial do prefeito.

Ainda de acordo com a denúncia, a nomeação do irmão, Marcelo Alves, para a presidência da Riotur foi uma exigência do operador do esquema. Foi lá que Rafael teve permissão para instalar uma espécie de quartel-general (QG) da propina. Segundo as investigações, havia até uma sala reservada para que recebessem empresários e negociassem em nome da organização criminosa, direcionando licitações e fraudando contratos em benefício dos interesses do esquema.

Outro tópico destacado pelo MP-RJ refere-se a uma troca de mensagens entre Rafael e o doleiro delator Sergio Mizrahy, onde Alves reclama da demora da conclusão de uma lavagem de dinheiro que, por fim, deveria ser entregue a quem ele chama de "Zero Um". Para os promotores, uma referência clara ao prefeito Marcelo Crivella

Libertado da cadeia na noite desta terça-feira (22) por uma decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, Crivella cumprirá prisão preventiva domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. A defesa do prefeito vai recorrer contra a prisão preventiva.

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