Celso de Mello pede reação contra a 'figura sombria'
O ex-ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, reagiu aos atos antidemocráticos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro. O ex-ministro cobrou uma resposta do povo brasileiro, por meio do Judiciário e do Legislativo, contra “tentações autoritárias e as práticas governamentais abusivas”. Mello aponta ainda que a postura de Bolsonaro revela a "figura sombria de um governante que não se envergonha de desrespeitar e vilipendiar o sentido essencial das instituições da República" e "a triste figura e a distorcida mente autocrática de um político medíocre".
Em entrevista à Veja, o ex-ministro lamentou o discurso do presidente da República no Dia da Independência, no qual atacou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e promoveu uma ruptura com as instituições.
“A resposta do povo brasileiro aos discursos deste Sete de Setembro de 2021, indignos da importância da data nacional que celebramos, só pode ser uma: as tentações autoritárias e as práticas governamentais abusivas que degradam e deslegitimam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da Constituição traduzem justa razão para a cidadania, valendo-se dos meios legítimos proporcionados pela Constituição da República, insurgir-se, por intermédio dos Poderes Legislativo e Judiciário, contra os excessos governamentais e o arbítrio dos governantes indignos”, disse Mello.
O ex-ministro afirma que “Bolsonaro é um político que não está, como jamais esteve, à altura do cargo que exerce” e “degradou-se ainda mais”. “É preciso repelir, por isso mesmo, os ensaios autocráticos e os gestos e impulsos de subversão da institucionalidade praticados por aqueles que exercem o poder!”, declarou Celso de Mello, que se aposentou da Corte em outubro do ano passado, aos 74 anos.
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