Chefe da ONU lamenta 'escalada sem precedente' de bombardeios na Palestina
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse neste sábado (28) que ficou surpreso com a escalada de bombardeios de Israel em Gaza e repetiu o apelo por um cessar-fogo humanitário imediato para a entrega de ajuda.
"Fui encorajado nos últimos dias pelo que parecia ser um consenso crescente na comunidade internacional [...] sobre a necessidade de pelo menos uma pausa humanitária nos combates. Lamentavelmente, em vez da pausa, fui surpreendido por uma escalada sem precedentes dos bombardeamentos e dos seus impactos devastadores, minando os referidos objetivos humanitários", disse Guterres citado pela Reuters.
A Faixa de Gaza está sob um bloqueio quase total de comunicações desde a noite de sexta-feira (27).
"Dada a falha nas comunicações, também estou extremamente preocupado com o pessoal da ONU que está em Gaza para prestar assistência humanitária. Esta situação deve ser revertida", afirmou o secretário-geral.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também comentou o corte de eletricidade e disse que o apagão estava bloqueando ambulâncias e evacuações de pacientes e negando abrigo seguro às pessoas, relata a mídia.
Ao mesmo tempo neste sábado (28), o Ministério das Relações Exteriores do Egito disse que "obstáculos israelenses", incluindo procedimentos de inspeção de caminhões, estavam impedindo a entrega imediata de ajuda à Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, entre o Egito e o enclave palestino.
"Os caminhões devem ser inspecionados na passagem israelense de Nitzana antes de se dirigirem para a passagem de Rafah, em uma viagem que percorre uma distância de 100 quilômetros antes de realmente entrarem na passagem de Rafah, o que causa obstáculos que atrasam significativamente a chegada da ajuda", disse um porta-voz do ministério em um comunicado citado pela mídia.
Ao julgar pela conferência de imprensa concedida pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, neste sábado (28), o conflito não tem chance de desescalar.
Ao falar para jornalistas, Netanyahu sinalizou que a operação terrestre, de fato, começou e reafirmou que isso seria "apenas o começo".
Da Sputnik Brasil
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