Ciro: Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade
Atualizado: 15 de dez. de 2020
Plano de vacinação da população contra o coronavírus fraudado com assinaturas de cientistas que não deram anuência e uso da Agência Brasileira de Investigações (Abin) para produzir material em defesa do filho do presidente da República Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da rachadinha se somam a outros casos e já seriam suficientes para embasar abertura de processo de impeachment de Jair Bolsonaro. Essa é a opinião do ex-ministro e líder do PDT, Ciro Gomes, que vê cometimento de crime de responsabilidade várias vezes por Bolsonaro e se manifestou nesta segunda-feira (14) em sua conta no Twitter. Ciro acha que só falta mobilização e pressão popular para que o impeachment seja instaurado no Congresso.
"Impeachment não é remédio para governo ruim, mas sim quando há crime de responsabilidade. Bolsonaro cometeu vários crimes de responsabilidade e nós já denunciamos. O que falta para o impeachment? Mais pressão popular. Procure os deputados federais do seu Estado e dê o recado!", escreveu Ciro.
O líder do PDT vem afirmando nas redes sociais que "Bolsonaro é uma fraude, um genocida que ameaça a vida dos brasileiros". Veja a seguir a sequência de posts que fez nesta segunda-feira no Twittrer.
"IMPEACHMENT JÁ! Bolsonaro precisa ser punido pelos crimes de responsabilidade quem vem cometendo dia sim e dia também. Relembre alguns destes crimes e COMPARTILHE!
Expor a população brasileira ao genocídio por negação da ciência:
- Incentivou aglomeração em hora crítica;
- Indicou remédio sem comprovação científica como um charlatão;
- Não distribuiu mais de 6 milhões de testes de covid que poderiam salvar vidas."
Ciro ainda continua postando:
"Atentar contra o regular funcionamento das instituições da República:
Bolsonaro foi no quartel general do exército para confraternizar com pessoas que pediam:
- Volta do Regime Militar
- Volta do AI-5
- Fechamento do Congresso Nacional
- Fechamento do STF
Na semana passada, Ciro publicou comentário de que "Bolsonaro é investigado por contratar funcionários fantasmas, como Wal do Açaí e filha do Queiroz, e fica com discurso moralista. Os R$ 89 mil na conta da [primeira-dama] Michelle ñ podem ser relativizados. O tamanho da corrupção não diz sobre a decência da pessoa, mas da oportunidade q ela teve", escreveu.
'Porta-voz informal dos militares'
Também nesta segunda -feira, o ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que serviu o governo nos primeiros meses do ano passado, voltou a criticar duramente Bolsonaro e seus apoiadores extremistas, em entrevista à Globonews.
Santos Cruz disse que, após a eleição de Bolsonaro, o que se viu foi “a chegada de um pequeno grupo de extremistas, que passaram a utilizar as piores práticas possíveis”.
"[Tem] esse pequeno grupo aprofundando a divisão da sociedade para manipular a sociedade brasileira. Você tem o ataque às pessoas e não às ideias. Você tem a destruição de reputações", afirmou o general, que se tornou um porta-voz informal da oposição militar a Bolsonaro.
Santos Cruz declarou ser negativa a grande presença de militares, na reserva e na ativa, em cargos do alto escalão do governo, porque isso causa na população a percepção de que há um vínculo institucional entre as Forças Armadas do país e o governo, ainda que não haja, segundo ele.
O general criticou a gestão da pandemia por Bolsonaro, dizendo que "é uma crise que, desde o início, se caracterizou por xingamento e cloroquina. Politização de medicamento, isso não tem cabimento."
Para o ex-ministro, a fala de Bolsonaro sobre os Estados Unidos, de que, quando acabar a saliva, "tem que ter pólvora", mostra “fanfarronice” e “devaneio” do presidente.
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