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Ciro busca aliança ampla para derrotar Bolsonaro em 2022


Ciro Gomes acredita numa ampla aliança contra o bolsonarismo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse nesta terça-feira (1º) que pretende fazer uma aliança entre a centro-esquerda e a centro-direita do país para as eleições de 2022. Esta aproximação, segundo ele, é necessária para fazer frente a Jair Bolsonaro. O líder pedetista defendeu que esta é a melhor solução para derrotar o bolsonarismo e afirmou que, caso consiga esta aliança, será "o próximo presidente do Brasil".

"O que vou fazer, à luz do dia, na frente de todos, é tentar capturar um pedaço de centro-direita para uma ampla aliança na centro-esquerda. Se eu conseguir isso, vou ser o próximo presidente do Brasil. Se não, eu boto a viola no saco e vou ser um livre pensador", afirmou Ciro Gomes, em entrevista ao jornalista Leonardo Sakamoto, do Uol.

Ciro também comentou sobre quem seria o candidato a presidência desta aliança. O ex-ministro afirmou que gostaria de se candidatar, mas que não necessariamente será ele o nome lançado pela eventual chapa: "Eu quero ser, mas não me imponho".

Na entrevista, Ciro culpou o "lulopetismo" pelo sucesso da campanha de Bolsonaro em 2018 e afirmou que, caso a esquerda não consiga costurar um acordo com "um pedaço do centro" e impedir "sua aliança automática com a direita", terá que continuar engolindo a "impostura" de governos conservadores.

Após criticar o PT, o pedetista elogiou a campanha de Guilherme Boulos à candidatura de São Paulo e a atuação do PSOL como um todo, que, segundo ele, oferecem uma nova possibilidade para a esquerda no Brasil.

"São [PSOL e Boulos] uma possibilidade de os jovens serem de esquerda no Brasil sem ter que explicar o Palocci, a Gleisi Hoffmann, essas loucuras que essa burocracia corrompida do PT praticou e querem agora que a nação inteira engula, sem nenhuma autocrítica, essa arrogância, essa prepotência", disse Ciro.

Ciro ainda comentou brevemente sobre sua reaproximação com o ex-presidente Lula. O pedetista afirmou que, na conversa com Lula, apresentou uma série de críticas ao petista, incluindo a indicação de Michel Temer (MDB) para vice-presidente de Dilma Rousseff (PT).

À época da conversa entre Ciro e Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que qualquer nova união entre os dois dependeria de "um pedido público de desculpas dele ao Lula e ao PT", referindo-se a Ciro.

A relação entre os políticos estava estremecida desde as eleições de 2018. Na ocasião, o PT rejeitou a ideia de montar uma chapa liderada por Ciro Gomes. Já no segundo turno, Ciro Gomes não apoiou o candidato petista Fernando Haddad contra Jair Bolsonaro, viajando para a Europa logo após o resultado do primeiro turno do pleito.

'Crise sem precedentes'

Ainda nesta terça, Ciro usou o Twitter para criticar a falta de providências do governo para resolver os problemas das contas públicas e alertou para os riscos de uma hiperinflação.

"O Brasil está caminhando para uma crise sem precedentes. Atingimos 1 trilhão de déficit primário. Podem relativizar com a pandemia, mas déficit é uma proporção entre receita e despesa. Se a despesa tem que crescer para fazer frente a pandemia, cadê as providencias na receita? ", questionou, para emendar: "Não há nem sequer uma proposta para discutir e o governo fica com esse papo furado de reformas, como se isso tivesse algum efeito urgente e prático na conta pública que está levando para a hiperinflação no Brasil". Ciro ainda concluiu: "Meses atrás eu avisei sobre este risco da inflação. Não é que sou profeta, eu conheço a economia do nosso país, ajudei a fazer o plano real. A inflação no atacado, nos últimos 12 meses, é 24%. A última vez que tivemos isso foi antes de 1994. Estão quebrando o país!", disse.


Com a Sputnik

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