Crivella liga para suspeito e é atendido por delegado
O mandado de busca e apreensão nos endereços do prefeito Marcelo Crivella nesta quinta-feira tem origem na primeira fase da Operação Hades, em março. Foi quando o Ministério Público Estadual (MP-RJ) e a Polícia Civil do Rio descobriram o elo entre o esquema de corrupção montado na Riotur e o prefeito do Rio. O personagem principal é o empresário Rafael Alves - conforme revela reportagem de Chico Otávio, do jornal O Globo.
No dia 10 de março, no momento em que os agentes cumpriam mandados de busca e apreensão em vários endereços, Crivella ligou para o celular de Rafael, irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur, a empresa de turismo do município, apontada pelos investigadores como "QG da Propina" dentro da Prefeitura do Rio. O prefeito queria saber o que estava acontecendo na Riotur. Mas quem atendeu foi um dos delegados da operação, Clemente Nunes Machado Braune, que se identificou e relatou o que ocorria. Crivella desligou imediatamente.
O conteúdo no celular apreendido confirmou para os investigadores a grande proximidade entre o prefeito e Rafael, que tinha até uma sala na Riotur - embora ele não tivesse cargo no órgão - para receber os empresários interessados.
Rafael teria começado a operar nas eleições municipais de outubro de 2016. O objetivo era arrecadar R$ 15 milhões.
De acordo com o inquérito, Rafael dizia para os empresários que, se Crivella vencesse Marcelo Freixo (PSOL) no segundo turno, a presidência da Riotur seria dele. Com isso, os "colaboradores" seriam compensados através de processos de licitação e operações com o Funprevi, o fundo de previdência do município. Crivella foi eleito, e a presidência da Riotur ficou sendo dele, apenas com o irmão no cargo. Marcelo foi afastado da presidência após deflagração da Operação Hades.
Entre as atribuições da Riotur está a de organizar e promover o Carnaval e o Reveillon, festas mais tradicionais da cidade, de apelo internacional.
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