Em Manaus, falta oxigênio e governador clama por socorro
- Da Redação
- 14 de jan. de 2021
- 2 min de leitura

Nesta quinta-feira (14), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciou um decreto impondo toque de recolher na capital do estado, Manaus. Os cemitérios e os hospitais da cidade amazonense estão lotados e entraram em colapso. Há falta de oxigênio nas unidades de saúde, provocando ainda mais mortes causadas pela doença, e pacientes serão transferidos para outros estados. Em pronunciamento sobre o decreto, o governador do estado, Wilson Lima (PSC), afirmou que o Amazonas "está clamando, está pedindo por socorro".
O sistema de saúde de Manaus entrou em colapso devido ao crescimento do número de casos de Covid-19 na região, acompanhando o aumento também visto no resto do país. O governo amazonense atribui o agravamento também às aglomerações em festejos do fim de ano. Com o colapso local no Amazonas, os pacientes serão transferidos para Goiás, Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e também para Brasília.
"Hoje, o estado do Amazonas, que é referência para o mundo, e que todo o mundo volta seus olhares para cá quando há um problema relacionado à preservação ao meio ambiente, está clamando, pedindo por socorro. Considerado por muitos o pulmão do mundo, uma floresta que produz uma quantidade significativa de oxigênio, hoje o nosso povo está precisando desse oxigênio", disse o governador em coletiva.
Segundo ele, a demanda por oxigênio hospitalar nos últimos dias é mais do que o dobro da registrada durante o primeiro pico da Covid-19 em Manaus.
"Câmaras de asfixia"
"Os hospitais viraram câmaras de asfixia", disse o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, sobre hospitais de Manaus que enfrentam a falta de cilindros de oxigênio. A afirmação foi feita ao jornal Folha de S.Paulo.
"Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar", completou o pesquisador, que alertou ainda para a possibilidade de sequelas cerebrais permanentes em "pacientes que conseguirem sobreviver".
Na quarta-feira (13) foram realizados 198 enterros de pessoas vítimas da Covid-19, um recorde desde o início da pandemia - o maior pico anterior foi registrado em abril do ano passado, com 167 mortos.
O decreto do governo proíbe a circulação de pessoas entre 19h e 6h. Apenas trabalhadores de áreas consideradas estratégicas poderão circular - saúde, segurança pública e imprensa. A medida também impede o exercício de quaisquer atividades não essenciais para a vida.
As medidas anunciadas pelo governador suspendem o transporte coletivo de passageiros entre rodovias e rios de todo o estado. Além disso, farmácias deverão funcionar por delivery ou sob demanda.
O governo do estado afirmou ainda que entrou com uma ação da Justiça para garantir o abastecimento de oxigênio da empresa fornecedora. Segundo Wilson Lima, um grupo de apoio para familiares de pacientes de Covid-19 transferidos para outros estados será criado.
Até a quarta-feira (13), o estado registrava mais de 5,8 mil mortes por Covid-19.
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