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Estado intensifica ações de combate à xenofobia em junho

A Semana Nacional do Migrante e do Refugiado, celebrada de quarta-feira (19/6) até domingo (23/6), será marcada por uma programação diversa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. O objetivo das ações é combater a xenofobia, prática de discriminação em razão da nacionalidade. Estão programados para todo o mês eventos com parceiros como o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, MetrôRio, Clube de Regatas do Flamengo, entre outros, para dar visibilidade à temática, além de sensibilizar a população.

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

"Somos um estado acolhedor e buscamos cada vez mais combater a xenofobia. Essas ações são de fundamental importância para trazer luz a esse tema, assim como dar voz aos refugiados e migrantes. É preciso que quem escolha o Rio de Janeiro como lar se sinta acolhido, seguro e com oportunidades", pontuou o governador Cláudio Castro.


As atividades começam nesta quinta-feira (20/6), Dia Mundial do Refugiado, com um abraço simbólico de crianças congolesas no Monumento ao Cristo Redentor, em parceria com o Santuário do local. O grupo é da comunidade de Barros Filhos, na Zona Norte do Rio. Além da ação no Santuário Cristo Redentor, o MetrôRio irá veicular em suas estações uma campanha contra a xenofobia e de conscientização feita pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.


Já à noite, será a vez de idosos venezuelanos, atendidos pela organização comunitária Cáritas e outras organizações, entrarem em campo com uma faixa no Maracanã, no jogo do time rubro-negro contra o Bahia. A atividade será realizada a convite do Departamento de Responsabilidade Social do Clube de Regatas do Flamengo e contará com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e Organização Internacional para as Migrações (OIM).


Na sexta-feira (21/6), crianças angolanas da Maré, com apoio da União dos Angolanos do Estado do Rio de Janeiro e do Viva Rio, visitarão o Bioparque. Todas essas ações, além da Rota de Direitos, que levou diversos serviços em um mutirão intersetorial para os migrantes e refugiados no último dia 15, fazem parte do calendário de atividades.


Quem é o migrante/refugiado que vive no estado?


O Estado do Rio tem mapeado atualmente em torno de 20 mil migrantes e refugiados, um número subnotificado, pelas barreiras que este público encontra, seja para conseguir acessar serviços, trabalhar ou até mesmo socializar. É o caso da venezuelana Rosemari Joana Tavares, de 21 anos, que veio para o Brasil com a família para estudar aos 9 anos.


"Foi um grande baque quando cheguei aqui, tanto cultural quanto social. E a principal barreira foi o idioma. Além disso, tive dificuldade para ter uma documentação em outro idioma e não conseguia traduzir meus documentos. Por isso hoje sou autônoma, igual a meus pais. Sou filha de venezuelano com colombiana, então misturamos um pouco dessas culturas com a do Brasil. Meu objetivo desde que eu cheguei aqui é me formar e criar uma estrutura para viver no país, pois eu gosto muito do Brasil", disse Rosemari.


Uma das formas de recebimento de migrantes/refugiados é por meio da Operação Acolhida, responsável pela interiorização de venezuelanos de Roraima para outros Estados. O Rio de Janeiro é o 11º a mais interiorizar. Quanto ao município de maior concentração de migrantes/refugiados no estado, destaca-se a maior densidade na capital, onde foram mapeados mais de 18 mil dos migrantes/refugiados do Estado.


"Vim do meu país em busca de emprego. No início ninguém queria me dar oportunidade por não falar a língua e também por não ter alguns documentos, e os que tinha eram em espanhol, o que dificultou conseguir trabalho. De forma autônoma eu consegui me estabilizar, trouxe a culinária colombiana para o Brasil e deu muito certo. Estou aqui até hoje e pretendo ficar", afirmou a colombiana Margarida Campos, de 42 anos, que veio para o estado em busca de trabalho.


Coordenação de Políticas de Migração e Refúgio do Estado


A Subsecretaria estadual de Direitos Humanos, por meio da Coordenação de Políticas de Migração e Refúgio, atua para dar suporte à população migrante e refugiada residente no Rio, desenvolvendo atividades de combate à xenofobia. Um trabalho feito para incluir e dar suporte para essas pessoas.


"Hoje fazemos parte da presidência do Comitê Estadual Intersetorial de Atenção a Refugiados e Migrantes (CEIPARM), que é uma rede em que o poder público dialoga com a sociedade civil para formular e implementar a política pública migratória. Em 2024 organizamos a I Conferência Estadual sobre Migrações, Refúgio e Apatridia (COMIGRAR), alinhamos um fluxo de atendimento para os casos de demanda por documentação. O trabalho com imigrantes e refugiados se difere por atuarmos com uma perspectiva interseccional, dando especial atenção para os recortes de gênero, étnico/racial, LGBT+ e etário. Acompanhamos diversas necessidades, em diferentes áreas, como educação, saúde, documentação, assistência social, lazer, dentre outros", ressaltou Eliane Almeida, coordenadora de Políticas de Migração e Refúgio do Estado.


Programação: ⁠


19/06 - Capacitação sobre migração e refúgio para atletas do Vasco da Gama ⁠


20/06 - Abraço ao Monumento em parceria com o Santuário Cristo Redentor


20/06 - Veiculação durante todo o dia da campanha de conscientização e contra a xenofobia, em parceria com o MetrôRio


20/06 - Roda de conversa para abrigados do Aldeias Infantis ⁠


20/06 - Jogo do Flamengo no Maracanã com idosos venezuelanos a convite do Setor de Responsabilidade Social do Flamengo ⁠


21/06 - Palestra CIEE


21/06 - Projeto Cultura do Pertencimento - Crianças da comunidade da Maré irão ao Bioparque do Rio


21/06 - Oficina de cultura latina e espanhol para abrigados no Hotel Acolhedor


Fonte: Núcleo de Imprensa do Governo do Estado do Rio de Janeiro

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