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Fermento de pão é nova armadilha contra mosquito da dengue

Células de levedura com óleo de laranjua encapsulado vão combater as larvas do mosquito da dengue
Células de levedura com óleo de laranjua encapsulado vão combater as larvas do mosquito da dengue

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) assumiu coparticipação na patente de um larvicida contra o Aedes aegypti , vetor da dengue , Zika e chikungunya .


Desenvolvida junto a universidades estrangeiras, a tecnologia usa cápsulas de óleo de laranja revestidas com fermento de padeiro ( Saccharomyces cerevisiae ) para matar larvas do mosquito.


“São dois ingredientes totalmente biodegradáveis: óleo de laranja encapsulado em leveduras, ou seja, o fermento utilizado para fazer pão”, descreve o chefe do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC, Fernando Ariel Genta.


A novidade, além de ser sustentável e não agredir o meio ambiente, não provoca efeito de resistência do Aedes aos tradicionais produtos químicos.


Comer, comer...

Genta brinca que “as leveduras estão para as larvas do Aedes assim como o filé-mignon está para os seres humanos”.


“A primeira vantagem da tecnologia é a questão do direcionamento. Larvas de mosquito adoram comer células de levedura e têm enzimas intestinais especializadas na digestão delas. Além disso, uma das fontes alimentares recomendadas pela literatura científica para a criação de larvas de mosquitos em laboratório é justamente as leveduras”, frisa.


Segundo o pesquisador, ocorre um processo de “delivery ambiental”, em que as cápsulas são introduzidas diretamente nos criadouros, e as larvas as consomem como alimento.


“A cápsula não vai acumular na natureza, como acontece com pesticidas químicos. Além disso, nossos testes mostraram que essa inovação tem efeito mínimo no ambiente e em outros insetos e é totalmente segura para humanos”.


A criação do larvicida começou, em 2017, com um projeto internacional para desenvolvimento de um larvicida sustentável, chamado ‘An Environmentally Friendly Larvicide for Mosquito Control’, parceria entre o IOC e a Universidade do Novo México (UNM).


“Eles tinham a ideia e nós tínhamos a expertise para testar”, explica Genta, que conheceu o pesquisador Ravi Durvasula, líder do projeto, quando o convidou para ser docente no IOC de um curso sobre vetores.


O ‘match’ acadêmico entre os dois foi inevitável e a parceria nasceu logo em seguida, com a participação ativa do IOC em testes e na elaboração do projeto. Além de Genta, também participaram o pesquisador do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos, Bruno Gomes, e alunos do Programa de Pós-graduação em Vigilância e Controle de Vetores, com estudos no Rio de Janeiro (Huarlen Ogélio e Juliana Welbert), Minas Gerais (Fabiane Brandt) e Pará (Antonilde Arruda de Sá).


A patente, foi registrada primeiramente em nome da Universidade do Novo México, em outubro de 2023, sob proteção do United States Patent and Trademark Office (USPTO) e do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT, na sigla em inglês).


“A Universidade do Novo México tem um programa de empreendedorismo e inovação muito avançado e, quando houve interesse por parte de uma empresa, o processo foi agilizado sem a burocracia do lado brasileiro”, lembra Genta.


Em outubro de 2024, com apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica do IOC (NIT-IOC) e da Coordenação de Gestão Tecnológica (GESTEC) da Fiocruz, foi firmado um Acordo de Cotitularidade de Patentes com a UNM. Por fim, em fevereiro de 2025, a Comissão de Patentes da Fiocruz aprovou o depósito da patente no âmbito do PCT.


Atualmente, a tecnologia está apta a ser comercializada e contribuir para o controle sustentável do Aedes aegypti .

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