Governador bolsonarista intimida prefeituras contra fechamento

(Reprodução)

O governador bolsonarista em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ameaçou nesta segunda-feira (22) com ações na Justiça prefeituras que decidirem fechar bares e restaurantes como medidas para tentar conter a expansão da pandemia - com alta no número de casos e de mortes por Covid-19. Em entrevista à TV Globo, no mesmo momento em que os prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de Niterói, Axel Grael, se reuniam conjuntamente com seus comitês científicos para avaliar a situação da pandemia em suas cidades, Castro afirmou que vai recorrer à Justiça contra municípios que não acatarem as medidas determinadas pelo governo estadual - que não inclui o fechamento de atividades produtivas, como o comércio. O anúncio é visto como uma tentativa de intimidação e um ato de subserviência à política economicista e não humana do presidente Jair Bolsonaro na pandemia.

As medidas adotadas pelo governador em exercício determinam o fechamento de escolas públicas e particulares ao longo dos dez dias de feriado (chamado de feriadão de dez dias), assim como de praias, parques e clubes. O toque de recolher, que impede a permanência em espaços públicos permanece das 23h às 5h, com proibição da venda de bebida alcoólica para pessoas em pé em qualquer horário.

Bares e restaurantes poderão funcionar até as 23h, com capacidade máxima em 50% e permissão para delivery e drive-thru, sendo que a entrada de clientes fica permitida até 21h.

O comércio poderá funcionar das 8h às 17h. Shoppings, de meio-dia às 20h, com 40% da capacidade. Já as feiras ficam a critério dos municípios.

Enquanto Castro dava entrevista e os prefeitos do Rio e Niterói se reuniam com especialistas na manhã desta segunda-feira, Eduardo Paes publicou foto do encontro e escreveu em uma rede social, cutucando o governador em exercício: "Reunião dos comitês científicos do Rio e Niterói nesse momento com a presença do prefeito Axel Grael. Aqui ninguém toma decisão de 'orelhada' ou por achismos". Em seguida, Paes voltou a escrever, para dizer que Castro não entendeu o objetivo das ações que serão tomadas pelos municípios: "CastroFolia! A micareta do governador! Definitivamente ele não entendeu nada do objetivo de certas medidas".