Governo Bolsonaro multiplica armas na mão da população
Com um índice crescente de assassinatos no país, quase 180 mil novas armas de fogo foram registradas na Polícia Federal (PF) em 2020, um recorde em relação aos anos anteriores. Os números mostram o "sucesso" da pauta armamentista do governo Jair Bolsonaro, que tem tentado facilitar de todas as formas o acesso da população à compra e ao porte de armas. Foram registradas 179.771 novas armas no ano de 2020 e a quantidade de armamento na mão de pessoas comuns aumentou 601% nos últimos anos.
O número representa um aumento de 91% em relação a 2019, que teve 94.064 no total, batendo uma marca de 84% de alta. O patamar alcançado em 2020 é o maior de toda a série histórica, que teve início em 2009. Ao todo, os dois primeiros anos do governo Bolsonaro registraram 273.835 novas armas, um aumento de 183% em relação ao total de armas registradas em 2018 e 2017 (96.512).
A categoria cidadão - ou seja, gente do povo - foi a que teve maior número de novas armas registradas na Polícia Federal no ano passado: foram 122.378, representando quase 70% do total.
Pelo menos em uma das tentativas do governo bolsonarista de facilitar a entrada de mais armas no mercado foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, Bolsonaro anunciou que o governo zerou imposto de importação de revólveres e pistolas, o que na prática tornaria o produto mais farto e mais barato no mercado. A decisão foi derrubada pelo ministro Edson Fachin.
A medida, porém, foi apenas mais uma entre várias que o presidente da república conseguiu implementar no sentido de colocar mais armas na mão da população. Entre as mudanças implementadas está, principalmente, o aumento no limite de armas e munições que pessoas com porte de arma podem adquirir. Além disso, o governo também liberou o acesso a armas de maior potencial ofensivo, como fuzis e automáticas.
Recorde de homicídios
De acordo com as estatísticas mais recentes disponíveis, o número de assassinatos registrados no Brasil nos primeiros nove meses de 2020 cresceu 4% no comparativo com igual período de 2019. Levantamento do Monitor da Violência, realizado com base nos dados oficiais fornecidos pelos 26 estados e o Distrito Federal, apontou que foram registrados 32.298 assassinatos entre os meses de janeiro e setembro de 2020 contra 31.022 no mesmo período em 2019, o que representa um aumento de 1.276 no total de mortes violentas no país.
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