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Lula inaugura 1ª unidade do Comperj 16 anos depois de início das obras


Dezesseis anos depois do início de suas obras, o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), agora rebatizado de Complexo de Energias Boaventura, teve sua primeira unidade fabril inaugurada nesta sexta-feira (13), em Itaboraí, no Grande Rio. A unidade de processamento de gás natural (UPGN) é a maior do país e terá capacidade de processar 21 milhões de metros cúbicos (m³) por dia.

Presente ao ato, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou a paralisação das obras: "Isso aqui era para ser a grande indústria petroquímica brasileira. Meu sonho foi jogado no lixo, porque eles pararam isso aqui, como pararam a refinaria Abreu e Lima, como pararam a possibilidade de uma refinaria no Ceará, uma refinaria no Maranhão".


Lula ainda ressaltou que “esse ato de hoje é uma reparação ao que muita gente honesta, muita gente trabalhadora, sofreu dentro da Petrobras com as denúncias da Lava Jato”.


“Eu sempre digo que se você quiser prender um corrupto, você prenda. Se quiser dizer que uma empresa roubou, quem roubou não foram os trabalhadores. Foi algum corrupto, algum corruptor. Então você pega ele, pune, mas deixa a empresa produzir, gerar emprego, gerar salário, gerar renda. Mas a tentativa não era prender corrupto. A tentativa era desmoralizar a Petrobras aos olhos da sociedade brasileira para depois falar ‘vamos vender’”, disse.


“Como eles sabem que o Congresso Nacional, mesmo sendo conservador, iria criar confusão para não deixar prender a Petrobras, eles resolveram vender ativos da Petrobras. ‘Vamos fatiar a Petrobras, vamos vender a BR [distribuidora]’. Vamos ser francos, companheiros e companheiras, como trabalhadores da Petrobras e como usuários, o que melhorou para o consumidor brasileiro a venda da BR? Barateou o combustível? Estão fazendo entrega na casa da gente? Eles apenas se apoderaram de uma empresa que dava lucro para a Petrobras para tirar um pedaço da Petrobras”, destacou ainda o presidente em seu discurso.


Segundo o ministro Alexandre Silveira, a paralisação das obras em 2015 foi "covarde", que impediu a geração de receitas de R$ 7 bilhões, desde 2018, quando estava prevista a conclusão das obras, apenas em diesel refinado.


ANP

A autorização para entrada em operação foi concedida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última segunda-feira (9). Nos próximos dias, serão feitos testes e calibrações de equipamentos.


A entrada em operação comercial está prevista para o início do próximo mês. A UPGN receberá gás natural diretamente do pré-sal da Bacia de Santos, através do gasoduto Rota 3, que também inicia suas operações.


De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a UPGN permitirá aumentar a oferta para o mercado nacional.


"Esse gás natural não é qualquer gás, é o gás natural do pré-sal. É o gás que vai reduzir nossa dependência energética e garantir nossa segurança alimentar e energética", disse o ministro.


O Comperj foi anunciado em 2006, durante o primeiro governo do presidente Lula, e iniciou suas obras dois anos depois. A previsão inicial era de uma unidade que refinasse 165 mil barris de petróleo por dia e entrasse em operação em 2012.


Com o avançar das obras e o anúncio de uma nova refinaria ainda maior, a previsão de inauguração foi sendo postergada. Em 2015, as obras foram totalmente interrompidas, em meio a uma crise econômica e denúncias de corrupção na Petrobras.


Em 2018, já com um novo planejamento, de concluir primeiramente uma unidade de processamento de gás, a UPGN teve suas obras retomadas.


"Para a cidade, o estado e o país, é uma representatividade enorme, depois de 16 anos, a gente tem a realização de ter a primeira unidade. E ele traz pro nosso estado, uma oferta enorme de gás natural. [A UPGN] deve ampliar em torno de 20% a oferta de gás no país", explicou o gerente da UPGN, Leandro Veiga.


O Complexo de Energias Boaventura terá também unidades de refino de lubrificantes do Grupo II, com capacidade de produzir 12 mil barris por dia; de querosene de aviação QAV-1 (20 mil barris/dia); e de diesel S-10 (75 mil barris).


Duas usinas termelétricas a gás (com capacidades de gerar 1.200 e 600 megawatts) também estão planejadas para o complexo, que atuará em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).


Com a Agência Brasil

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