Mensagens foram apagadas de celular do Dr. Jairinho
O cerco continua se fechando em torno do vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) como possível suspeito da morte do menino Henry, de 4 anos. A Polícia Civil descobriu que mensagens foram apagadas dos celulares da mãe da criança, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e do namorado dela, o Dr. Jairinho. O próximo passo dos investigadores agora é usar um sistema de informática para recuperar o conteúdo das conversas. Henry morreu dentro de casa no dia 8 de março, sendo constatadas lesões graves nos pulmões, fígado e costelas do menino.
De acordo com policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), já foram apreendidos 11 celulares em endereços ligados à mãe do menino, ao vereador e ao engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry. De acordo com o advogado de Monique, citado pelo G1, ela fez um registro on-line na delegacia de que seu telefone havia sido invadido por hacker.
Além da análise dos aparelhos, a polícia marcou para esta quarta-feira (31) uma reprodução simulada no apartamento onde Henry morava com a mãe e o padrasto, na Barra da Tijuca. A perícia servirá para checar a versão do casal sobre o que aconteceu na noite da morte da criança. Na versão, ambos indicaram uma ocorrência de autolesão, o que os investigadores descartaram após o IML ter comprovado múltiplas lesões no corpo de Henry.
Ao todo, já foram ouvidas 17 testemunhas, entre elas duas ex-namoradas de Jairinho. Uma delas havia denunciado o vereador por agressões e, em depoimento, deixou claro que Jairinho considerava sua filha um estorvo para o relacionamento entre eles. Segundo o depoimento, a filha, de 3 anos à época, também foi agredida e a menina chegou a contar para a avó materna que apanhava do parlamentar e que teve a cabeça afundada por ele embaixo da água de uma piscina. A outra, amante, declarou que eles se encontraram seis horas após a morte de Henry, e o vereador agiu como se nada tivesse acontecido e tampouco ele falou como "se sentia".
O nome do vereador Dr. Jairinho, como noticiou TODA PALAVRA, apareceu também em uma investigação contra uma milícia da Favela do Batan, na Zona Oeste do Rio, acusada de torturar equipe de reportagem do jornal O Dia, em 2011. Jairinho é filho do ex-deputado e ex-PM coronel Jairo, ex-preso da Lava Jato e investigado por envolvimento na quadrilha de milicianos. O deputado não foi indiciado no inquérito policial e Jairinho, apesar de ter o nome citado por jornalista na tortura, sequer foi investigado na época. Dr. Jairinho diz que é formado em medicina, mas nunca exerceu profissão.
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