Moraes notifica denunciados e tira sigilo de delação que implica Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), notificou nesta quarta-feira (19) a defesa de todos os denunciados por tentativa de golpe e tirou o sigilo do conteúdo da delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que serviu como base para a investigação que levou à denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os documentos digitalizados da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro somam mais de 800 páginas.
Bolsonaro foi denunciado nesta terça (18) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes. Outras 33 pessoas também foram denunciadas.
No despacho desta quarta, Moraes abriu prazo de 15 dias para manifestação da defesa de todos os acusados, incluindo Mauro Cid.
Segundo a acusação, o ex-presidente liderou uma trama golpista gestada em 2022, nos últimos meses de seu mandato, com o objetivo de se manter no poder após ser derrotado na corrida presidencial daquele ano.
Uma das principais alegações das defesas dos acusados é de que não tiveram acesso à íntegra da delação de Cid. Ao levantar o sigilo após a denúncia, Moraes voltou a afirmar que a medida visa a “garantia do contraditório e da ampla defesa”. Na semana passada, ao responder a uma reclamação da defesa de Bolsonaro, o ministro afirmou que os advogados do ex-presidente sempre tiveram "total acesso" aos autos, inclusive antes da retirada do sigilo da investigação.
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