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Os ‘calcanhares de Aquiles’ do Ocidente

Por José Messias Xavier


Dois conflitos atuais expõem os “calcanhares de Aquiles” do Ocidente: a ofensiva avassaladora do Talibã no Afeganistão; e os ataques brutais do Estado Islâmico em Moçambique, que está se espalhando por outros países africanos.

No Oriente Médio, é inevitável a comparação da retirada das tropas americanas do Afeganistão com o que aconteceu em 1975 no Vietnã. Joe Biden diz que não. Assegura que as cenas de helicópteros resgatando funcionários no telhado da Embaixada dos Estados Unidos – cena clássica da fuga de Saigon – não se repetirão. Mas é fato que a avalanche talibã sobre o país surpreendeu pelo fôlego do grupo após 20 anos de guerra.

Depois de duas décadas de ocupação americana, submetida a pesados ataques de tudo o que a tecnologia militar tem de mais moderno, baixas incontáveis e lideranças destroçadas, inclusive seu terrorista de estimação, Osama Bin Laden, a organização caminha para a retomada do Afeganistão no ritmo de uma blitzkrieg.

Washington já está retirando do país cidadãos americanos e colaboradores afegãos, que, calcula-se, somem 50 mil pessoas. Os últimos militares deverão cair fora até 31 de agosto. Enquanto isso, seus adversários já dominaram 200 centros distritais em poucas semanas de ofensiva e condenam à morte “todos aqueles que não abandonarem a cultura ocidental”, segundo afirmam os combatentes radicais.

Sobre a África, um relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos, datado de 6 de agosto último e assinado por Antony J. Blinken, secretário de Estado, informa que as agências de Inteligência de seu país identificaram os principais líderes do grupo jihadista Al-Shabaab, que beijaram a bandeira do Estado Islâmico em Moçambique: Bonomade Machude Omar, Sidan ag Hitta, Salem ould Breihmatt, Ali Mohamed Rage e Abdikadir Mohamed Abdikadir.

“Bonomade Machude Omar, também conhecido como Abu Sulayfa Muhammad e Ibn Omar, lidera os Departamentos de Assuntos Militares e Externos do ISIS-Moçambique e atua como comandante sênior e coordenador principal de todos os ataques realizados pelo grupo no Norte de Moçambique. Durante o ataque de março de 2021 a Palma, Omar liderou um grupo de combatentes, enquanto Abu Yasir Hassan, o líder do Estado Islâmico-Moçambique, liderou outro grupo de combatentes, e Omar também liderou o ataque ao Hotel Amarula em Palma. Omar foi responsável por ataques na província de Cabo Delgado, em Moçambique, e na região de Mtwara, na Tanzânia”, diz o relatório, distribuído para a imprensa, que anuncia a inclusão de todos na classificação de terroristas internacionais.

O ataque do grupo à cidade de Palma, na região de Cabo Delgado, ocorrido em 24 de março, foi particularmente feroz. Quando o Exército de Moçambique retomou o controle da localidade, após 14 dias de intensos combates, encontrou corpos decapitados pelas ruas, centenas de veículos incendiados e prédios e casas destruídos.

Os extremistas ocupavam o estratégico porto de Mocímboa da Praia desde agosto de 2020, de onde lançaram suas campanhas de violência para Cabo Delgado. Palma é especialmente estratégica para os insurgentes, pois é o centro da base logística das operações de gás natural da bacia do Rovuma, a cargo da multinacional francesa Total, que investiu US$ 20 bilhões na região, dinheiro que não serviu para melhorar a qualidade de vida da população. O porto foi recuperado por tropas de Ruanda, que apoiam os militares moçambicanos, no dia 8 de agosto de 2021.

Estados Unidos e Portugal prometem ajuda a Moçambique para conter o avanço dos extremistas. O governo Biden, por enquanto, se limitou a bloquear as movimentações financeiras dos líderes do Estado Islâmico.

É inegável o fato de que o extremismo islâmico está avançando em várias frentes. O preocupante é que os Estados Unidos e a Europa não tenham limpado os olhos para ver o que está à vista de todos: as alianças com governantes incompetentes ou corruptos e a simples exploração econômica de países mais fracos abre caminho para o radicalismo e a violência, azeitados pela ignorância e pelo fanatismo. Qual será o próximo palco da brutalidade radical, a América do Sul?

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