PDT pode lançar candidato próprio em São Gonçalo
A edição impressa de junho do jornal TODA PALAVRA traz, como matéria de capa, a notícia de que a aliança entre PDT e PT em São Gonçalo, em torno da candidatura do petista Dimas Gadelha, poderá ser rompida, com o lançamento de uma candidatura própria dos trabalhistas contra o candidato bolsonarista à reeleição, Capitão Nelson.
No 70° ano do aniversário de morte de Getúlio Vargas (1954) e 20° de Leonel Brizola (2004), a estratégia trabalhista para as eleições municipais em Niterói e São Gonçalo já está quase definida. A chapa do PDT em Niterói foi fechada com a pré-candidatura para o retorno de Rodrigo Neves à cadeira de prefeito e da novata Isabel Swan, do PV, como sua vice.
Em São Gonçalo, tudo parecia certo, com o apoio do partido ao deputado federal Dimas Gadelha, do PT, com a possibilidade de indicação de um representante pedetista como candidato a vice. No entanto, fontes trabalhistas ouvidas pelo jornal já consideram o lançamento de uma candidatura própria na segunda maior cidade do estado em população, de forte tradição trabalhista, por conta do profundo constrangimento causado pela forma pouco hospitaleira como os pedetistas foram tratados na festa de lançamento da pré-candidatura de Dimas, sexta-feira, 21 de junho, no Clube Mauá.
Dimas não deu a palavra ao presidente municipal do PDT de São Gonçalo, Brizola Neto (de azul), que ficou ao lado de Dejorge Patrício no fundo do palco montado pela organização do PT, no Clube Mauá
Lá estavam figuras importantes do PDT, tanto na cidade, como a ex-prefeita Aparecida Panisset e o ex-deputado federal Dejorge Patrício, além do ex-prefeito João Bravo, como a nível regional e nacional. Ao contrário do que aconteceu durante os discursos dos representantes petistas, a bateria que animava o público nos intervalos dos oradores resolveu abafar a fala da deputada estadual e presidente regional do partido, Martha Rocha, justamente no momento em que lembrava o aniversário de morte do líder trabalhista e ex-governador Leonel Brizola, sem qualquer intervenção dos organizadores para impedir a batucada deseducada.
Mas o ponto alto da descortesia, na opinião dos trabalhistas, foi a indiferença em relação ao ex-ministro do Trabalho e atual presidente do Diretório Municipal do PDT em São Gonçalo, Carlos Brizola Neto, que deixou de estar naquele mesmo dia em São Borja, berço do Trabalhismo gaúcho, onde foram prestadas as homenagens pelos 20 anos de morte do seu avô, para poder comparecer ao ato de apoio a Dimas. Brizola Neto, acomodado pela organização em uma das fileiras do fundo do palco, saiu sem poder se manifestar durante o evento petista.
Além do peso do trabalhismo em São Gonçalo, o PDT tem quadros capazes de influir de forma importante na correlação de forças políticas do município no caso de uma candidatura própria. O assunto, porém, ainda é passível de discussões internas e da eventualidade de um gesto de desagravo dos petistas capaz de abrandar os ânimos trabalhistas.
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