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PL do Veneno é aprovado no Senado e vai para sanção de Lula


PL do Veneno enfrenta oposição de especialistas e órgãos do próprio governo federal (Foto: Divulgação)

O Senado aprovou nesta terça-feira (28), o projeto de lei (PL) 1459/22, também chamado de PL do Veneno por ambientalistas, que modifica as regras de aprovação e comercialização de agrotóxicos e concentra a liberação no Ministério da Agricultura, mantido o poder da Anvisa de proibir produtos. A matéria agora segue para sanção presidencial.


A proposta, que tramitou em regime de urgência, propõe que o Ministério da Agricultura libere o uso de agrotóxicos, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não faça a análise no prazo determinado.


A pasta também ficaria responsável por aplicar as penalidades e auditar institutos de pesquisa e empresas. Atualmente, a decisão cabe a um sistema tripartite, que congrega a pasta da Agricultura, o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama, e o Ministério da Saúde, representado pela Anvisa.


O texto também altera o nome utilizado de agrotóxicos para pesticidas. Se for sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nova regulamentação revogará a Lei dos Agrotóxicos, de 1989.


O projeto também fixa prazo para a obtenção de registros desses produtos no Brasil, com possibilidade de licenças temporárias quando não cumpridos os prazos pelos órgãos competentes, e altera a classificação explícita de produtos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. Hoje, o registro temporário é previsto apenas para produtos destinados à pesquisa ou à experimentação.


Para pesquisa, produção, exportação, importação, comercialização e uso o prazo máximo para inclusão e alteração de registro irá variar, conforme o caso, de 30 dias a 2 anos.


O regime de urgência foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA). O relator e senador Fabiano Contarato (PT-ES), deu parecer favorável à tramitação da matéria, mas eliminou o trecho que trocava o termo “agrotóxico” por outros mais brandos, como defensivos agrícolas e herbicidas.


"O regramento atual tem mais de 30 anos e, nesse período, a economia, o setor agropecuário e a ciência evoluíram de forma significativa pela incorporação de novos conhecimentos, tecnologias, processos e instrumentos", expõe Contarato no relatório.


Entidades e ativistas voltados para o meio ambiente e desenvolvimento sustentável criticam a proposta por defenderem que a lei vai liberar a entrada de agrotóxicos com níveis graves de risco para a saúde humana e para a natureza.


O PL 1.459/2022 é o substitutivo da Câmara dos Deputados ao PLS 526/1999, apresentado pelo então senador Blairo Maggi, ex-ministro da Agricultura e tem apoio da bancada ruralista, que argumenta que a aprovação vai permitir a modernização dos defensivos agrícolas no Brasil.


De acordo com a Embrapa, o Brasil consome anualmente mais de 300 mil toneladas de produtos com agrotóxicos e 70% desse consumo estão concentrado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. As culturas que mais usam agrotóxicos são soja, milho, frutas cítricas e cana de açúcar.


Da Sputnik Brasil

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