Polícia americana prende trumpista símbolo da invasão
Autoridades federais dos EUA anunciaram neste sábado (9) a prisão do trumpista que se tornou um dos símbolos da invasão ao Capitólio para impedir a certificação da vitória de Joe Biden em sessão no Congresso. Jacob Anthony Chansley, também conhecido nas redes sociais como Jake Angeli, é o nome do americano que aparece em várias fotos e também em vídeos usando chifres e carregando uma lança de 1,80 metro com a bandeira dos Estados Unidos.
Além do chifre e da bandeira, o trumpista fanático entrou no Capitólio sem camisa, vestido com calça bege, um cocar de pele de urso e com uma pintura facial vermelha, branca e azul. Segundo divulgou a imprensa americana, ele foi um dos líderes da invasão do Capitólio e se tornou um personagem ao mesmo tempo macabro e folclórico da tentativa de golpe da última quarta-feira (6).
Momentos antes da sessão no Congresso, Trump disse a uma multidão de apoiadores em Washington que não aceitaria a derrota para Biden. Ele incitou as pessoas a caminharem em direção ao Capitólio, dizendo que iria acompanhá-las. Cinco pessoas morreram durante os atos de violência. A última vítima confirmada foi um policial ferido nos confrontos contra os seguidores de Donald Trump.
Jake Angeli é um ativista de extrema direita conhecido integrante do movimento QAnon, uma teoria da conspiração sem nenhum fundamento real. Em sua essência, o QAnon é uma teoria ampla que diz que o presidente Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos para travar uma guerra secreta contra os pedófilos adoradores de Satanás do alto escalão do governo, do mundo empresarial e da imprensa. Estes integrantes "do alto escalão" comporiam um “Deep State” (Estado Profundo), organização que controlaria o poder nos EUA, segundo a teoria dos lunáticos.
Banimento e perda de títulos
Depois de ser banido do Facebook e Instagram, o presidente dos EUA também foi suspenso do Twitter, que removeu ainda de sua plataforma a conta responsável pela campanha eleitoral de Trump (@TeamTrump).
Junto com uma foto do logotipo do Twitter em vermelho com uma foice e martelo, o ainda presidente fez uma publicação semelhante na conta da sua campanha. O Twitter suspendeu a conta imediatamente a seguir.
Mais tarde, Trump disse em sua página oficial que o Twitter não podia silenciá-lo, mas o tweet foi apagado pelos moderadores da rede social.
A rede social disse que um dos tweets de Trump, que afirmava que seus apoiadores têm uma "VOZ GIGANTE por muito tempo no futuro" e que "eles não serão desrespeitados ou tratados injustamente de nenhuma maneira ou forma!!!" está sendo interpretado como mais uma indicação de que ele não planeja facilitar uma transição pacífica de poder.
Além disso, o gigante das redes sociais disse que começaram a circular dentro e fora do Twitter planos para futuros protestos armados, incluindo um segundo ataque ao Capitólio em Washington e ao edifício da capital do estado, em 17 de janeiro.
A Universidade de Lehigh e a Faculdade Wagner, nos EUA, decidiram anular os títulos honorários concedidos ao presidente Donald Trump após seus seguidores invadirem o Capitólio.
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