Rio anuncia reabertura. Fiocruz diz que não é hora
Um dia após o prefeito da capital Marcelo Crivella (Republicanos) confirmar a reabertura gradual de atividades na cidade, nesta terça-feira (02) foi a vez do governador Wilson Witzel (PSC) anunciar que a quarentena será prorrogada só até sexta-feira (5) no estado. Porém, em nota enviada ao Ministério Público, a Fiocruz afirma que agora não é o momento certo para flexibilizar o isolamento social no Rio de Janeiro.
Diferente do plano municipal de reabertura, que já começou a vigorar nesta terça, o plano do governo do estado, através de decreto do governador publicado no Diário Oficial desta terça-feira, ainda discutirá como será feita a retomada das atividades econômicas no estado.
Segundo o governo do estado, as determinações de isolamento continuam valendo durante esta semana e as forças de segurança pública seguem auxiliando as ações das prefeituras. Nos próximos dias, o governo vai acompanhar o mapa de incidência de evolução da doença para começar a definir um cronograma de flexibilização gradual.
Ficam mantidas medidas como o fechamento de escolas públicas e privadas, creches e instituições de ensino superior e a suspensão da realização de eventos esportivos, culturais, shows, feiras científicas, entre outros, em local aberto ou fechado. Também continua suspenso o funcionamento de cinemas, teatros e afins. Academias, centros de lazer e esportivos e shoppings também devem ficar fechados. Permanece a recomendação para que a população fluminense não frequente praias, lagoas, rios e piscinas públicas e clubes.
Somente serviços essenciais devem permanecer funcionando, seguindo todas as medidas de segurança para evitar aglomerações, além do cumprimento do distanciamento entre as pessoas. Em caso de descumprimento das medidas previstas, as autoridades competentes deverão apurar as eventuais práticas de infrações administrativas e crimes previstos. Os demais tipos de comércio terão que realizar atendimento em domicílio.
Fiocruz
Na nota encaminhada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a Fiocruz destaca que a capital e outros municípios da região metropolitana ainda apresentam dados da pandemia acima do esperado e com tendência de alta. Neste cenário, explicam os cientistas da Fiocruz, a flexibilização das medidas de distanciamento em municípios com situação mais crítica coloca em risco não só eles próprios, "mas também o seu entorno, tanto pela facilitação da difusão do vírus em direção ao interior, quanto pela produção de uma demanda extra de serviços de saúde, que recairão sobre as grandes cidades".
A Fiocruz ressalta que, além da curva de casos da Covid-19, a capacidade da rede hospitalar de atender a demanda é fundamental para determinar ou não uma reabertura. Na avaliação dos especialistas, o Rio de Janeiro ainda deixa a desejar nestes dois critérios.
Com Ascom Gov.Est.RJ
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