Sob pressão, governo federal antecipa vacinação no Brasil
Depois de perder para João Doria a foto da primeira vacina no Brasil, o governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu antecipar a entrega das doses da vacina CoronaVac e o início da vacinação nos demais estados da federação. Durante evento com governadores que marcou o início da distribuição da vacina aos estados, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação poderá começar já a partir desta segunda-feira, às 17h. O início estava previsto para esta quarta-feira (20) com um evento simbólico que seria realizado em Brasília, mas foi cancelado depois que o governador de São Paulo deu a partida da vacinação, independentemente do plano federal.
"Hoje ainda distribuiremos todas as vacinas aos estados e hoje ainda podemos colocar a ideia de, ao final do expediente, os estados começarem no município principal do estado, a vacinar. Cada dia é importante", disse o ministro durante o evento, dias depois de anunciar que o plano de vacinação começaria no "Dia D" e na "Hora H".
O evento que marcou o início da distribuição da vacina aos estados foi realizado em um galpão do Ministério da Saúde junto ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Sem a presença de João Doria, seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), destacou que é importante esclarecer a sociedade que, no momento, existem poucas doses e a continuidade da vacinação dependerá da disponibilidade de vacinas, que o Ministério da Saúde ainda vai definir.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), também externou sua preocupação quanto à continuidade da vacinação depois que acabar as seis milhões de doses da CoronaVac. Até o momento, o Instituto Butantan não tem autorização para distribuir as doses que são produzidas no Brasil. A autorização da Anvisa é apenas para as importadas da China pelo Butantan, órgão vinculado ao governo de São Paulo.
Pazuello respondeu, afirmando que a antecipação das outras fases da vacinação não seria possível.
A expectativa maior do governo federal é o início da produção da vacina de Oxford pelo Bio-Manguinhos, da Fiocruz. O governo investiu US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) na compra de 100 milhões de doses, que serão produzidas pela farmacêutica AstraZeneca fora do país, e na transferência de tecnologia para produção de mais 100 milhões, no Brasil, pela Fiocruz.
No evento desta segunda-feira, foram distribuídas 4,6 milhões de doses da CoronaVac aos estados, divididos de acordo com a população de cada unidade federativa. Outras 1,3 milhão de doses, retidas pelo governo de São Paulo, ficaram no estado e já começaram a ser aplicadas neste domingo.
As seis milhões de doses permitem a vacinação de 3 milhões de pessoas, já que cada pessoa precisa ser vacinada duas vezes num intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda doses, e esta segunda tem que estar garantida..
Comemoração
Nas redes sociais, governadores celebraram o início da campanha, mas também cobraram a autorização da Anvisa para produção de mais doses da vacina.
Flávio Dino, governador do Maranhão, destacou que o início da vacinação é uma conquista, mas que o objetivo deve ser começar a fabricação de mais doses no Butantan e na Fiocruz.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema comemorou e disse que o seu estado está preparado para começar a vacinação.
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