Ucrânia ataca Rússia com mísseis ATACMS dos EUA
A Ucrânia atacou o território russo pela primeira vez, nesta terça-feira (19/11), no milésimo dia da guerra, aumentando a escalada do conflito. O ataque ocorreu em uma instalação militar na região de Bryansk. A Rússia afirmou que suas forças abateram cinco dos seis mísseis disparados, mas que destroços de um deles atingiram a instalação sem causar danos ou vítimas. O ataque foi feito depois que o governo Biden autorizou o uso de mísseis ATACMS, fabricados pelos Estados Unidos, contra a Rússia.
No Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, comentou o ocorrido.
"O fato de que ATACMS foram usados repetidamente esta manhã na região de Bryansk é, claro, um sinal de que [os Estados Unidos] querem escalar. É impossível usar esses mísseis de alta tecnologia sem os norte-americanos", afirmou.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, se recusou recentemente a fornecer mísseis Taurus à Ucrânia. Para Lavrov, essa decisão é "responsável", apesar das pressões internas que o político sofre. "Isso o difere da posição dos britânicos e dos franceses", ressaltou Lavrov.
O chanceler russo recomendou aos líderes ocidentais que leiam a doutrina nuclear da Rússia antes de fazerem suas decisões.
"E não da maneira como leem a Carta da ONU, escolhendo apenas o que lhes agrada, mas a doutrina em toda sua plenitude."
Putin aprova doutrina russa atualizada de dissuasão nuclear
O presidente russo Vladimir Putin acaba de aprovar os fundamentos da política nacional da Rússia no campo da dissuasão nuclear, de acordo com o decreto publicado no site oficial de atos legais.
"A fim de aprimorar a política nacional da Rússia no campo da dissuasão nuclear, decreto: Aprovar os fundamentos anexos da política nacional de dissuasão nuclear", indica o documento.
O decreto entra em vigor a partir do dia de sua assinatura, 19 de novembro.
Ele contém, entre outros, os seguintes parágrafos:
-A política nacional no campo da dissuasão nuclear é de natureza defensiva;
- A Rússia vê as armas nucleares como um meio de dissuasão, cujo uso é uma medida extrema e forçada;
- Dissuadir um potencial adversário de agredir a Rússia e seus aliados está entre as principais prioridades do Estado;
- A Rússia pode usar armas nucleares em caso de agressão que represente uma ameaça crítica à integridade territorial da Federação da Rússia ou de Belarus;
- A agressão de qualquer Estado de uma coalizão militar contra a Rússia ou seus aliados é considerada como agressão dessa coalizão como um todo;
- A Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares em resposta à utilização de armas de destruição em massa contra ela ou seus aliados;
- A Rússia exerce dissuasão nuclear contra um potencial adversário, quer sejam Estados, blocos e alianças que vejam a Rússia como adversário;
- A dissuasão nuclear tem como objetivo garantir que um potencial adversário entenda a inevitabilidade da retaliação em caso de agressão contra a Rússia;
- A política nacional no campo da dissuasão nuclear em caso de um conflito militar garante a cessação das hostilidades em termos aceitáveis para a Rússia;
- O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, comentou a assinatura do documento dizendo que ele deve ser objeto de uma análise aprofundada tanto na Rússia quanto no exterior.
*Com informações da Sputnik Brasil, parceira do TODA PALAVRA
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