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UERJ reprime alunos que protestam contra o corte de bolsas

A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) retomou nesta sexta-feira (16/8) as atividades do campus do Maracanã, depois que alunos ocuparam o prédio principal e interditaram acessos. As entradas do Pavilhão João Lyra Filho, bloqueadas com móveis, foram liberadas esta manhã, com controle de acesso. Ontem, quinta-feira (15/8), seguranças da universidade entraram em confronto com os estudantes, que protestam contra os cortes nas bolsas e auxílios de assistência estudantil.

O grupo vinha ocupando o prédio da reitoria desde o dia 26 de julho. Após o bloqueio das entradas do campus, com bancos, cadeiras e mesas, os agentes tentaram forçar a passagem em um hall de elevadores, próximo à uma das principais entradas do faculdade.


Os estudantes resistiram, houve confronto, mas eles acabaram sendo dispersados. Depois disso, a universidade redobrou a segurança no prédio. Os protestos, porém, seguem acontecendo do lado de fora do campus.


“Na manhã de hoje, dia 15 de agosto, a reitoria usou do expediente cancelado para esvaziar a universidade e autorizar a segurança para reprimir diretamente es estudantes”, acusou o grupo Ocupa Reitoria UERJ.


“Essa reitoria segue, desde o início desse processo, reproduzindo os métodos autoritários e de criminalização estudantil do governo Cláudio Castro para garantir a aplicação do 'Aeda da fome'. Precisamos de todos os estudantes que puderem somar na luta para ocupar a universidade”, escreveu o movimento nas redes sociais.


Vídeos compartilhados nas internet mostram o momento do confronto:



2,6 mil estudantes em vulnerabilidade social


A manifestação dos estudantes da Uerj é contra o Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda 38/2024), que mudou os requisitos para obtenção das bolsas estudantis. Os alunos afirmam que a decisão do Governo Cláudio Castro prejudica 5 mil universitários de alguma forma.


Atualmente, 2,6 mil estudantes estão na categoria de vulnerabilidade social. Eles entraram na faculdade pela ampla concorrência — fora do sistema de cotas — e, durante a matrícula, comprovaram a renda e passaram pelo sistema de avaliação socioeconômica.


Publicado na quarta-feira (24/7), o chamado 'Aeda da Fome' estabelece novos critérios para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil para alunos da graduação. As novas regras, segundo a própria universidade, excluem 1,2 mil estudantes, que deixam de se enquadrar nas exigências para recebimento de bolsas. São 46,17% de corte total da Assistência Estudantil na universidade, 17,69% no auxílio transporte, 54,13% nas bolsas de pós-graduação e 75,82% no auxílio alimentação.

Antes, os alunos em vulnerabilidade poderiam requerer:


Auxílio-material: para pagar despesas com livros e impressões. Era pago 2 vezes ao ano, a cada semestre, no valor total de R$ 1,2 mil;

Auxílio-alimentação e passagem: R$ 300 cada, por mês;

Bolsa de apoio a vulnerabilidade social: R$ 706 por mês com duração de 2 anos para quem comprovasse renda bruta de até um salário mínimo e meio por pessoa da família, ou R$ 2.118;

Auxílio-creche.


Depois do Aeda, com cortes e novas regras:


A bolsa de vulnerabilidade exige renda bruta de meio salário mínimo por pessoa da família, ou R$ 706;

auxílio-material foi reduzido à metade;

o auxílio-alimentação ficou restrito a quem estuda em campus sem restaurante universitário. Quem frequenta o Maracanã agora só tem o bandejão;

o auxílio-creche será pago a apenas 1,3 mil estudantes.


Posição da UERJ


Em nota divulgada no site, a reitoria da UERJ repudiou o ato de obstrução do pavilhão e o considerou "inaceitável".


“Gerações investiram toda a sua energia para que as universidades públicas estivessem abertas, como espaços fundamentais de construção do pensamento crítico, das práticas democráticas e políticas de inclusão”, afirmou a instituição no informativo.


Ainda de acordo com a reitoria, foi determinada “a abertura de sindicância para apuração imediata dos fatos e identificação dos envolvidos, bem como a garantia de que a UERJ permaneça aberta.”

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